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ANÁLISE TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO...

O promotor de justiça e articulista, Adelmo Pinho, aborda as várias reflexões sobre o tempo para abordar a realidade humana e a finitude da vida

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O promotor de justiça e articulista, Adelmo Pinho, aborda as várias reflexões sobre o tempo para abordar a realidade humana e a finitude da vida

 

“Oração ao tempo”, é uma bela canção de Caetano Veloso. É um misto de poesia com filosofia. Trechos como, “és um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho” ou “compositor de destinos, tambor de todos os ritmos”, chamam à reflexão e acalentam a alma.

 

A morte é uma consequência biológica e de fato o tempo é o senhor do destino. A imortalidade seria a solução? O ser humano seria feliz, se fosse imortal?

 

Cazuza, já nos alertava, poeticamente: o tempo não para ... O certo é que olhamos para trás e a sensação é de que a nossa infância foi ontem ... Envelhecemos – para quem chega lá, pessoas queridas nos deixam ... Bate o saudosismo ... O tempo, assim, é implacável, mas tudo a seu tempo e todos têm o seu tempo, de chegada e de partida.

 

Milton Nascimento compôs que “chegar e partir só são dois lados da mesma viagem”, usando a metáfora do “trem que chega é o mesmo da partida”. A única certeza é que, tudo que é vivo morre.

 

Se a morte é inexorável, então, ser sábio é viver bem, mesmo diante da efemeridade.

 

A juventude é repleta de prazeres, banalidades, desejos e culto à beleza física. A senectude, por outro lado, traz experiência, sabiedade, responsabilidade, temperança ... Existem pessoas que já nascem velhas e outras, idosas, que nunca envelhecem. A diferença entre elas é a maneira de pensar ao encarar a realidade da vida e a finitude humana.

 

O idoso – que é diferente de velho – é o jovem que deu certo e chegou lá. Cícero, dizia: “Admiro um jovem que guarda algo de ancião dentro de si, bem como um velho que mantenha algo de um jovem”.

 

A longevidade luta contra o tempo e o segrego dela é aquilo que nos move. Freud afirmou que o nosso móvel está no desejo - pulsão.

 

Se tenho projetos ou ideais a atingir, tenho motivação e pretendo viver bem e bastante até o último suspiro.

 

É de Schopenhauer a metáfora: “A vontade é um cego robusto que carrega um aleijado que enxerga”.

 

Nós somos o aleijado, guiados pela vontade; é isso que nos faz sair da cama, enfrentar as dificuldades diárias e ser feliz, quando possível.

 

Shakespeare, no ensaio “Menestrel”, poetificou: “Com o tempo se aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão”.

 

O recado é simples: viva o presente. Esse mesmo gênio da literatura, expôs na mesma obra: “Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores ... Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar”.

 

Tempo curto ou longo, aproveite-o e viva feliz! Faça o bem! Enfrente seus medos! Prestigie sua família! Faça amigos! Beije e abrace! Ouça música e ria! Tempo tempo tempo tempo ...

 

Adelmo Pinho é promotor de justiça em Araçatuba (SP) e articulista

 

(Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação)


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