
Um total de 118 pacientes foram atendidos no sétimo mutirão de cirurgias de catarata e pterígio realizadas ontem (10) e nesta sexta-feira (11) pela Santa Casa de Araçatuba. Os procedimentos foram feitos pelos oftalmologistas Pablo Sartori Bosco, Heitor de Heitor Duarte e Saulo Sartori Bosco. Dentre os atendidos, 80 pacientes passaram por cirurgia de catarata, procedimento de remoção do cristalino do olho, que fica opaco mais comumente em pessoas idosas, para substituí-lo por uma lente intraocular artificial.
Os pacientes foram encaminhados pelas secretarias municipais de Saúde de Araçatuba, Birigui, Turiúba, Auriflama e Guararapes, dentre outras cidades.
O aposentado Joel Roberto da Silva, 71 anos, de Birigui, foi um dos pacientes operados na quinta-feira. Animado para remover a catarata do olho esquerdo e “ficar livre do embaçamento que atrapalha um pouco”, o paciente explicou que não tem problemas na vista direita porque há pouco tempo passou por transplante de córnea em decorrência de uma úlcera que comprometeu a visão.
Nos mutirões realizados na Santa Casa de Araçatuba, os pacientes são divididos em dois grupos: no período da manhã, que registra em média 43 procedimentos dentre catarata e pterígio, e no período da tarde, com 20 cirurgias. Os eventos mobilizam dezenas de profissionais em equipes multidisciplinares e duas salas do Bloco Cirúrgico. Entre janeiro e julho, foram 490 cirurgias de catarata e 210 cirurgias de pterígio, totalizando 700 procedimentos. Estão previstos mais cinco mutirões até o mês de dezembro.
A realização dos mutirões está agilizando os fluxos das filas de espera de pacientes de Araçatuba e região. No entanto, de acordo com o oftalmologista Pablo Sartori Bosco, as filas para cirurgias de catarata ainda são muito grandes. O envelhecimento da população é um dos fatores de crescimento da demanda e aumento das filas. O especialista explica que o procedimento dura em torno de 15 minutos e o tempo de pós-cirúrgico e da recuperação da visão depende do grau de cada catarata. "Quanto mais avançada a catarata, mais demorada a recuperação”, explica.
A catarata é uma preocupação de saúde pública e uma das principais causadoras de cegueira no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Apesar de ser considerada uma patologia comum entre os idosos, também está sendo diagnosticada antes da faixa etária de 50 anos. “A doença compromete a qualidade de vida e até atividades simples, porém significativas, para as pessoas”, define o dr. Pablo Bosco.
PTERÍGIO
O oftalmologista Saulo Sartori Bosco explica que o pterígio é uma lesão benigna na superfície do olho que consiste num crescimento fibrovascular triangular se estendendo da conjuntiva para a córnea, geralmente no lado nasal. Conhecido popularmente como carne no olho, “esse crescimento pode tapar a visão, por isso é importante retirá-lo na hora certa”.
A doença, de acordo com o especialista, não acomete uma faixa etária específica, “mas ocorre com maior frequência em pacientes que ficam mais expostos aos raios solares, e o fator genético também implica muito”. Além de vermelhidão nos olhos, os pacientes sentem ardência, coceira, irritação e, em alguns casos mais avançados, uma baixa visual.
A cirurgia dura em torno de dez minutos e consiste na retirada da pele e raspagem da área atingida. “O pós-cirúrgico é um pouco difícil, pois mexemos na córnea que tem muitas terminações nervosas, e o paciente sente desconforto e ardência nos dois primeiros dias. Depois, começa a cicatrização e tudo volta ao normal”, explica Saulo Bosco.